Na última sexta-feira (7), um grupo de 111 brasileiros, deportados pelos Estados Unidos, retornou ao Brasil, desembarcando em Fortaleza (CE). Desse grupo, 88 pessoas seguiram em um avião da Força Aérea Brasileira para o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), onde foram acolhidos pela equipe do Servas, que mobilizou a distribuição de kits de alimentação, higiene pessoal e cobertores.
A ação contou com o apoio dos parceiros Marias Bonitas de Lourdes, A Tal da Broa e Copasa para a composição dos itens de alimentação. Os repatriados receberam alimentos, como broa, biscoito de queijo, banana, suco e água, além de produtos de higiene, incluindo escova e pasta de dente, desodorante, bucha vegetal e sabonete. Também foram distribuídos cobertores para garantir mais conforto no acolhimento.
“Ficamos mais de 14h em transporte e isso para nós (kits doados) é muito bom, a gente pode tomar um banho, escovar os dentes, se agasalhar com esse cobertor. E a comida daqui é totalmente diferente da comida que a gente tem em outro lugar”, conta Luiz Paulo de Amorim Alves de 37 anos, mineiro de Juiz de Fora, que morou nos Estados Unidos por quatro anos.
“Essa iniciativa é essencial para garantir o acolhimento e oferecer aquele abraço mineiro que simboliza o cuidado e a hospitalidade do nosso povo. O mineiro é muito solidário, e essa mobilização demonstra, mais uma vez, a força da nossa união para amparar quem mais precisa”, explica Dinorá Carla, vice-presidente do Servas.
Perfil
Dados da Polícia Federal mostram que a maioria dos repatriados são jovens: oito pessoas têm até 10 anos de idade; 11 têm entre 11 e 20 anos; 38 têm entre 21 e 30 anos; e 33 estão na faixa etária dos 31 a 40 anos. Apenas 17 têm entre 41 a 50 anos e quatro têm 51 anos ou mais, sendo o mais velho do grupo com 53 anos de idade.
Das 111 pessoas, 85 são homens – dos quais 71 estavam desacompanhados – e apenas 26 são mulheres – das quais 12 estavam desacompanhadas. Cerca de 25% (28 pessoas) do grupo veio em núcleo familiar.
Trabalho conjunto
A ação também teve o apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese), que prestou assistência para garantir um retorno seguro dos repatriados aos seus municípios de origem.
Além disso, em parceria com o Sistema Fecomércio MG, por meio do Sesc em Minas, a Sedese viabilizou transporte, alimentação e hospedagem na unidade Venda Nova para aqueles em situação de vulnerabilidade.